Jô Soares faleceu nesta sexta-feira, 5 de agosto, aos 84 anos
Escritor, apresentador e comediante, Jô deixou dois legados na TV brasileira: a modernização do humor, por meio de programas como ‘Viva O Gordo’ e ‘Planeta dos Homens’, que tinham linguagem visual avançada para as décadas de 1970 e 1980;
E a implantação do talk show na TV brasileira, a partir do ‘Jô Soares Onze e Meia’
Para trocar os esquetes pelas entrevistas, Jô Soares teve de trocar de ares
Bastante ligado à Globo, Jô assumiu, em 1988, o desafio de qualificar o faturamento do SBT, em um movimento inédito que deu origem, quase que simultaneamente, ao ‘TJ Brasil’ de Boris Casoy
Além do maior salário da TV, Jô quis algo mais em troca: um programa de entrevistas
Inicialmente, Jô tinha a intenção de produzir um talk show por semana. Silvio Santos disse não, sinalizando que o projeto deveria seguir a periodicidade adotada nos EUA
Assim, o feeling de Silvio Santos e o talento de Jô Soares deram vida ao ‘Jô Soares Onze e Meia’
Exibido entre 1988 e 1999, o ‘Jô Soares Onze e Meia’ tinha 45 minutos de entrevistas e filas de anunciantes
O segredo do sucesso era o mix de atrações. Jô recebia desde artistas que detestavam dar entrevistas, caso de Tim Maia, até ilustres desconhecidos
À medida que o programa se popularizou, o ‘Jô Soares Onze e Meia’ passou a incomodar a Globo. A entrevista concedida por Ratinho, em 1998, registrou 13 pontos de audiência, liderando o ibope
Em 2000, Jô Soares retornou à Globo para dar continuidade ao projeto como entrevistador
No ar até o fim de 2016, o ‘Programa do Jô’ manteve as características construídas no SBT, dando novo ritmo ao fim de noite da Globo
Jô sai de cena como um dos mais inteligentes, queridos e engenhosos profissionais da TV brasileira — e não só da TV