Obrigado, Tarcísio Obrigado, Tarcísio
O Antagonista

Obrigado, Tarcísio

avatar
Mario Sabino
2 minutos de leitura 12.08.2021 15:41 comentários
Opinião

Obrigado, Tarcísio

Com o seu porte principesco, rosto quadrado e sorriso franco, Tarcísio Meira proporcionou a melhor tarde da minha infância. Foi em 1972, quando eu contava 10 anos e fiz o primeiro programa de filho de um desquite (ainda não havia divórcio no Brasil)...

avatar
Mario Sabino
2 minutos de leitura 12.08.2021 15:41 comentários 0
Obrigado, Tarcísio
Reprodução

Com o seu porte principesco, rosto quadrado e sorriso franco, Tarcísio Meira proporcionou a melhor tarde da minha infância.

Foi em 1972, quando eu contava 10 anos e fiz o primeiro programa de filho de um desquite (ainda não havia divórcio no Brasil): sair com o meu pai, para assistir ao filme Independência ou Morte, no qual Tarcísio Meira interpretava D. Pedro I. Glória Menezes era a Marquesa de Santos, amante na ficção e mulher na vida real.

Para ir ao cinema com o meu pai, que revia depois de alguns meses, ganhei uma calça boca de sino, como era moda na época, e uma camiseta moderninha, colada ao corpo. O tênis de lona azul também era novo. Na hora combinada, o meu pai me pegou na casa da minha mãe e rumamos para o Cine Belas Artes, na esquina da Consolação com a Paulista. Fomos de ônibus, em viagem que durou uns quinze minutos, não mais do que isso. Mas foi como dar a volta ao mundo, um mundo ensolarado e risonho, que abraçava pai e filho.

No papel de D. Pedro I, Tarcísio Meira era o melhor ator desse mundo. Estava igualzinho à figura dos decalques que éramos obrigados a comprar na papelaria ao lado do grupo escolar, para ilustrar o caderno de história. A cena do Grito do Ipiranga reproduzia com fidelidade o quadro de Pedro Américo, o que causou grande empolgação na plateia cheia de crianças acompanhadas dos seus pais e das suas mães. Eu tinha apenas um deles, mas estava tão feliz de ter o meu pai ao lado, finalmente, que era como se os dois estivessem comigo. E, para completar, havia aquele D. Pedro I magnífico aos meus olhos de menino, desafiando os portugueses e gritando independência ou morte. Independência e vida.

O programa foi só este: uma sessão de cinema, com chocolate comprado na bombonière do Cine Belas Artes. Mas não precisava de mais nada.

Obrigado, Tarcísio.

Esportes

Entendeu a nova comemoração de Endrick?

25.04.2024 08:20 2 minutos de leitura
Visualizar

Balanços ruins devem pressionar mercado acionário

Rodrigo Oliveira Visualizar

Concurso Caixa 2024: Garanta sua vaga em um dos maiores bancos do Brasil

Visualizar

INSS antecipa 13° salário: injeção na economia

Visualizar

Flamengo é derrotado pelo Bolívar e perde a invencibilidade na Libertadores

Visualizar

Um panfleteiro do Hamas na Câmara

Visualizar

Tags relacionadas

artigo filme Glória Menezes Independência ou Morte Mario Sabino morte O Antagonista Tarcísio Meira
< Notícia Anterior

Índice de miséria bate recorde no Brasil, diz estudo

12.08.2021 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Saiba tudo o que disse Ricardo Barros à CPI da Covid

12.08.2021 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Mario Sabino

Mario Sabino é jornalista, escritor e sócio-fundador de O Antagonista. Escreve sobre política e cultura. Foi redator-chefe da revista Veja.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Há uma diferença entre defender a Palestina e pedir assassinato de judeus

Há uma diferença entre defender a Palestina e pedir assassinato de judeus

Madeleine Lacsko
24.04.2024 18:49 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Você trocaria um Jair Bolsonaro por um Elon Musk?

Você trocaria um Jair Bolsonaro por um Elon Musk?

Madeleine Lacsko
22.04.2024 18:56 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Petismo entrega Janones à vingança do Bolsonarismo

Petismo entrega Janones à vingança do Bolsonarismo

Madeleine Lacsko
19.04.2024 19:14 4 minutos de leitura
Visualizar notícia
Josias Teófilo na Crusoé: O paradoxo da censura

Josias Teófilo na Crusoé: O paradoxo da censura

19.04.2024 15:57 2 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.