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Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 05.02.2023 17:30 comentários
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O caso Braiscompany

Muitas pessoas estão horrorizadas com a nova série da Netflix, lançada em janeiro de 2023, sobre o maior golpista que o mundo já teve. A série se chama “Bernie Madoff: o golpista de Wall Street”. Eu ainda não assisti a série, mas conheço o caso relativamente bem...

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5 minutos de leitura 05.02.2023 17:30 comentários 0
O caso Braiscompany
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*Por Felipe Pontes

Muitas pessoas estão horrorizadas com a nova série da Netflix, lançada em janeiro de 2023, sobre o maior golpista que o mundo já teve. A série se chama “Bernie Madoff: o golpista de Wall Street”. Eu ainda não assisti a série, mas conheço o caso relativamente bem.

Por conhecer o caso de Madoff relativamente bem, sempre me chamou a atenção o caso da Braiscompany, que começou na Paraíba, mas tem escritório na região da Faria Lima, no centro financeiro de São Paulo – que pode até ser chamada de Wall Street brasileira e merecia também ter o seu bichinho de estimação (talvez um bem famoso e comum lá do interior da Paraíba).

A Braiscompany oferece um “investimento” em que o “investidor” compra um valor mínimo de Bitcoins. Depois disso, o “investidor” cede em aluguel, por no mínimo 12 meses, os seus Bitcoins para a Braiscompany “treidar” os seus investimentos e devolver mensalmente um valor do aluguel.

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Essa questão do aluguel é uma forma de esconder que no final das contas, o negócio anunciado nada mais é do que um investimento em um fundo, mas para isso a Braiscompany precisaria percorrer todo o processo burocrático, ter certificações etc. Pra que seguir o processo burocrático, não é mesmo?

Além disso, se fossem formalizados como um fundo de investimentos, a Braiscompany não poderia prometer os retornos absurdos que prometiam, ainda mais num rigoroso inverno das criptomoedas.

Todavia, quem garante que de fato existe um negócio de trading de cripto por trás da Braiscompany?

Se existir, a NASA deveria estudar esses “gênios obstinados” que entregaram retornos astronômicos de, no mínimo, 6% ao mês desde 2019!

Ano a ano, de 2019 até 2022, eles tiveram respectivamente os seguintes retornos anuais: 88,50%, 83,19%, 87,44% e 83,28%. Isso quer dizer que quem “investiu” R$ 1 milhão em 2019, teria acumulado até dezembro de 2022 cerca de R$ 12 milhões. DOZE MILHÕES!

Como é que eles conseguiram esses retornos, mesmo com o inverno das criptomoedas e mesmo assim não estão conseguindo devolver o dinheiro aos seus “investidores”? Como é que eles estão devendo quase R$ 150.000,00 em alugueis no DF, segundo veículo da Paraíba?

O que mais me deixa decepcionado nessa história toda é que desde 2019 muitas pessoas denunciam essa empresa e nenhuma autoridade competente parece ter feito nada, já que o negócio ficou de pé por todo este tempo.

Pelo contrário! O negócio cresceu muito, com uma estratégia baseada em absorver a reputação de quem tem reputação para chancelar todo o esquema de “investimento”.
Lembra de Madoff? E Shang Tsung?

Braiscompany se inspira em Shang Tsung para absorver a reputação de outras entidades. No melhor estilo Shang Tsung e sem o devido conhecimento de causa das entidades que tiveram suas reputações absorvidas, a Braiscompany se infiltrou na política e em respeitáveis órgãos de classe para absorver a sua “moral pública” de modo a validar os “investimentos” que eles oferecem aos incautos.

Se quiser ver uma parte da palestra do CEO da Braiscompany, Antonio Neto Ais, na OAB-PB basta ir neste link, enquanto o vídeo ainda está no ar: https://www.youtube.com/watch?v=TjtGvNlTwuE

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Na política, temos o exemplo da imagem abaixo com o ex-Deputado Federal Julian Lemos, que também imagino que não tem noção do tamanho da encrenca que a Braiscompany está envolvida.

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Até com a Polícia Federal eles tentam amizade, para, mais uma vez, mostrar que são pessoas de negócios formais e que apoiam quem busca fazer com que a Lei seja cumprida.

Nem a GPTW ficou de fora da tentativa de absorção da força da sua marca pela Braiscompany.

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A Binance, que depois eles colocaram a culpa por não estarem pagando as pessoas, também teve sua “moral pública” usada por meio do Instagram.

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E não para por aí.

Eles tentam mostrar que são amigos de pessoas famosas, como Romário (também político), Neymar, Falcão (o Rei do Futsal), Ronaldinho Gaúcho, Cafu, além de matérias em revistas famosas, para, mais uma vez, validar toda a sua relevância e inteligência para negócios como “um gênio obstinado”.

Agora que mais fatos “teóricos” estão finalmente se materializando em fatos “práticos”, com as pessoas sem receber o seu suado dinheiro de volta, acredito que chegou a hora da OAB, políticos, atletas, empresas e outras pessoas que foram usadas na estratégia Shang Tsung de absorção de reputação se posicionarem dizendo que não aprovam e nem apoiam esse tipo de “negócio”, cobrando também que ações mais diretas sejam realizadas, de modo a tentar recuperar pelo menos uma parte do prejuízo das pessoas.

Demorou, mas chegou a hora.

Como diria a música Corpo de Lama, do Chico Science & Nação Zumbi, devemos “deixar que os fatos sejam fatos naturalmente, sem que sejam forjados para acontecer. Deixar que os olhos vejam pequenos detalhes lentamente. Deixar que as coisas que lhe circundam estejam sempre inertes, como móveis inofensivos, pra lhe servir quando for preciso, e nunca lhe causar danos morais, físicos ou psicológicos”.

*Felipe Pontes é Doutor em Contabilidade.

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