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Brasília vai tentar fazer de Milton Ribeiro um bode expiatório

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Carlos Graieb
2 minutos de leitura 23.03.2022 18:57 comentários
Brasil

Brasília vai tentar fazer de Milton Ribeiro um bode expiatório

Milton Ribeiro e os dois pastores-lobistas aos quais ele deu poder no ministério da Educação, Gilson Santos e Arilton Moura, tornaram-se radioativos em Brasília. Os líderes da bancada evangélica querem se distanciar dos personagens e o Palácio do Planalto faz de conta, em público, que nada aconteceu: ontem mesmo, Jair Bolsonaro repetiu no Tocantins que seu governo não tem casos de corrupção...

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Brasília vai tentar fazer de Milton Ribeiro um bode expiatório
Foto: Alan Santos/PR

Milton Ribeiro (foto, à dir.) e os dois pastores-lobistas aos quais ele deu poder no ministério da Educação, Gilson Santos e Arilton Moura, tornaram-se radioativos em Brasília. Os líderes da bancada evangélica querem se distanciar dos personagens e o Palácio do Planalto faz de conta, em público, que nada aconteceu: ontem mesmo, Jair Bolsonaro (foto, à esq.) repetiu no Tocantins que seu governo não tem casos de corrupção.

A conexão com Bolsonaro é direta. Está no áudio em que Milton Ribeiro anuncia que a liberação de verbas do ministério para prefeituras deve ser feita por intermédio dos dois pastores, a pedido do próprio presidente. Se Bolsonaro de fato facilitou aos dois vendilhões promover seus interesses particulares, usando para isso a estrutura e as verbas da Educação, ele pode ter cometido o crime de advocacia administrativa.

“Se o presidente, que é o responsável maior pela administração pública, segundo a Constituição, é autor da ordem que mandou dar preferência aos dois pastores, o tipo penal da advocacia administrativa está caracterizado”, diz o criminalista e ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr. . 

A conexão com a bancada evangélica, por sua vez, vai ficando clara rapidamente. O Antagonista publicou hoje duas reportagens mostrando que Gilson Santos não caiu do céu de repente.

Em 2020, o grupo parlamentar o indicou para um cargo na Câmara dos Deputados, que ele não quis exercer porque achou que estava abaixo da sua importância.

Além disso, no ano passado, representantes da mesma bancada estiveram ao seu lado em uma comitiva do MEC, que voou ao Maranhão em um jato da FAB. O pastor era um “convidado especial” do ministério.

Nenhuma das duas coisas é crime. Mas acredita quem quiser que os chefões da bancada da Bíblia não sabiam que Gilson e Arilton frequentavam Brasília para tratar de questões que nada tinham de imateriais.

Milton Ribeiro é um dissimulado e um obscurantista, e será ótimo vê-lo fora do ministério. Mas não se deve permitir que ele vire o bode expiatório dessa história. Bolsonaro é o ator principal. E a bancada evangélica, que tenta influenciar o nosso antipresidente de todas as maneiras, é no mínimo uma audiência interessada.

 

 

 

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Carlos Graieb

Carlos Graieb é jornalista formado em Direito, editor sênior do portal O Antagonista e da revista Crusoé. Atuou em veículos como Estadão e Veja. Foi secretário de comunicação do Estado de São Paulo (2017-2018). Cursa a pós-graduação em Filosofia do Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

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