O primeiro dia da assembleia anual da Organização Mundial da Saúde, realizada virtualmente, foi marcado pela defesa de que a vacina contra a Covid-19 seja declarada um “bem público global, ao qual todos poderão ter acesso”, nas palavras do presidente francês Emmanuel Macron, apoiado pelos demais países da Europa e a China.

A União Europeia também defendeu que haja uma avaliação independente sobre a forma como a OMS respondeu à pandemia. A tentativa, aqui, é de chegar a um fórmula que esfrie os ânimos dos Estados Unidos em relação aos chineses. Os americanos acusam a China de ter escondido a gravidade do novo coronavírus que se propagou a partir de Wuhan — e levantaram a dúvida se o vírus não escapou por falta de segurança do instituto de virologia sediado na cidade chinesa. Na versão da China, ele surgiu no mercado de animais vivos de Wuhan.

O conflito entre os dois países ganhou outro capítulo na assembleia, depois que a China ofereceu 2 bilhões de dólares à OMS, para o combate à Covid-19. Os Estados Unidos viram na oferta uma manobra dos chineses para desviar a atenção da forma como Pequim lidou com a pandemia.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, acusado pelos Estados Unidos de fazer o jogo dos chineses, disse que a avaliação independente será feita e que a OMS tem compromisso  “com a transparência, a prestação de contas e a melhoria contínua”.

A avaliação independente deve ser realizada depois de passado o auge da pandemia. A assembleia anual da OMS ainda terá mais um dia.