“Temos que mostrar claramente que o Brasil defende a Ucrânia”, diz Rubens Bueno “Temos que mostrar claramente que o Brasil defende a Ucrânia”, diz Rubens Bueno
O Antagonista

“Temos que mostrar claramente que o Brasil defende a Ucrânia”, diz Rubens Bueno

avatar
Wilson Lima
3 minutos de leitura 05.03.2022 16:00 comentários
Mundo

“Temos que mostrar claramente que o Brasil defende a Ucrânia”, diz Rubens Bueno

O vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Rubens Bueno (Cidadania-PR), criticou, em entrevista a O Antagonista, a postura de Jair Bolsonaro frente ao conflito entre Rússia e Ucrânia...

avatar
Wilson Lima
3 minutos de leitura 05.03.2022 16:00 comentários 0
“Temos que mostrar claramente que o Brasil defende a Ucrânia”, diz Rubens Bueno
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Rubens Bueno (Cidadania-PR), criticou, em entrevista a O Antagonista, a postura de Jair Bolsonaro frente ao conflito entre Rússia e Ucrânia.

Em 10 dias de guerra, Bolsonaro tem evitado criticar as ações do Kremlin e chegou a chamar o presidente da Rússia, Vladmir Putin, de “parceiro” durante a sua live da última quinta-feira.

“Nós tínhamos que ter uma posição firme e combater com veemência a invasão de um país por outra nação fortemente armada, como é a Rússia”, disse o deputado.

“A nossa Constituição fala na autodeterminação dos povos, algo que está na Carta da ONU e em resoluções várias. Não podemos concordar de forma alguma com isso: um país invadindo o outro, não pode”, acrescentou o parlamentar.

Leia os principais trechos da entrevista:

Como o senhor analisa essa postura teoricamente neutra de Jair Bolsonaro em relação ao conflito da Ucrânia com a Rússia?

Primeiro, o presidente vai a Moscou e leva publicamente solidariedade à Rússia, comunica isso ao presidente Putin. Depois, vem com essa conversa de neutralidade. E o que vai ser amanhã? Nós tínhamos que ter uma posição firme e combater com veemência a invasão de um país por outra nação fortemente armada, como é a Rússia. Não podemos deixar por isso mesmo. Temos que mostrar claramente que o Brasil defende especialmente a Ucrânia, em um momento grave como esse.

O senhor acha que o Brasil poderia ser mais incisivo?

A nossa Constituição fala na autodeterminação dos povos, algo que está na Carta da ONU e em resoluções várias. Não podemos concordar de forma alguma com isso: um país invadindo o outro, não pode. Isso fere leis internacionais. Isso é megalomania do Putin. Essa megalomania tem que ser estancada firmemente. Solidariedade, neutralidade? Isso desmoraliza o nosso país perante o mundo.

Em termos práticos, o que esse posicionamento do presidente pode trazer de prejuízos ao Brasil, deputado?

Essa é uma crise mundial. Imagine todas as sanções econômicas impostas até o momento. As indústrias estão deixando de produzir na Rússia, Volkswagen, tantas outras. Isso traz um prejuízo muito grande. E nós temos uma relação comercial também. A agricultura e o agronegócio dependem muito dos fertilizantes que vem da Rússia e da Ucrânia. Como é que vamos tratar isso? A Rússia, que tinha previsão de crescimento de 2% este ano, já tem uma indicação para 2022 de queda no PIB na casa dos 7%. Isso é um baque para a economia e isso vai ser reproduzido no mundo inteiro. O Brasil vai sofrer muito com isso, com essas consequências. O barril do petróleo aumentou, isso impacta no preço dos combustíveis e traz dificuldades tantas outras.

Mas surpreendeu a postura de Jair Bolsonaro nesse conflito? Ou não?

Não surpreende porque eu o conheço desde 1991, quando ele chegou em Brasília como deputado federal. Em 28 anos na Câmara Federal, ele sempre adotou esse tipo de postura. São 28 anos de mandatos inúteis para o país. É uma tragédia, uma lástima que tenhamos chegado a esse ponto de ver o Brasil sendo presidido por Jair Bolsonaro.

Esportes

Brasileirão 2024: terceira rodada chega com clássicos estaduais

20.04.2024 10:30 3 minutos de leitura
Visualizar

Descoberta revela ritual maia que mudou história política

Visualizar

Columbine, 25 anos depois

Visualizar

CPI da Fundação Padre Anchieta: TV Cultura na mira de deputados

Visualizar

Concurso do BNDES: cagas para níveis médio e superior, veja detalhes

Visualizar

Brasil enfrenta frio e chuvas fortes neste fim de semana

Visualizar

Tags relacionadas

guerra na Ucrânia Jair Bolsonaro Rubens Bueno Rússia Ucrânia
< Notícia Anterior

FMI alerta para alta da inflação devido à guerra na Ucrânia

05.03.2022 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

FMI diz que pode aprovar financiamento de emergência já na próxima semana

05.03.2022 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Descoberta revela ritual maia que mudou história política

Descoberta revela ritual maia que mudou história política

20.04.2024 10:28 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Columbine, 25 anos depois

Columbine, 25 anos depois

20.04.2024 10:13 2 minutos de leitura
Visualizar notícia
Oposição confirma diplomata como rival de Maduro

Oposição confirma diplomata como rival de Maduro

20.04.2024 09:11 2 minutos de leitura
Visualizar notícia
China reinventa a guerra com nova Força Militar

China reinventa a guerra com nova Força Militar

20.04.2024 08:08 3 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.