A Suécia anunciou, nesta quinta-feira (11), que extraditará uma pessoa para a Turquia pela primeira vez desde que Ancara demandou a Estocolmo a extradição de uma série de supostos “terroristas”, em imbróglio que travou o início do processo de adesão de suecos e finlandeses à OTAN.

O extraditado é um cidadão turco acima dos 30 anos, que está detido na Suécia desde o ano passado. Ele fora condenado na Turquia por fraude em 2013 e 2016.

A informação foi divulgada pelo ministro da Justiça sueco, Morgan Johansson, em mensagem à agência de notícias Reuters.

“A Suprema Corte [sueca] examinou a questão como de costume e concluiu que não há obstáculos à extradição”, disse Johansson.

Ele se recusou a informar se o extraditado está na lista de mais de 70 supostos terroristas.

A Turquia acusa a Suécia, e a Finlândia, de concederem asilo a “terroristas” do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), movimento separatista composto por curdos, minoria étnica perseguida pelo regime de Recep Erdogan (foto).

O PKK é reconhecido como uma organização terrorista pela União Europeia, EUA e Reino Unido, mas não há provas de que todos os supostos terroristas requisitados pela Turquia sejam terroristas ou associados ao partido.

A emissora de televisão sueca SVT, primeira a noticiar a extradição, antes mesmo do anúncio do do ministro da Justiça, disse que o extraditado se declarou ascendente de curdos.

Adesão de Suécia e Finlândia à OTAN

Esse impasse diplomático nas extradições foi a justificativa oficial da Turquia para travar por cerca de um mês, até o final de junho, o início do processo de adesão de Suécia e Finlândia à OTAN.

A dupla nórdica, ambas com histórico de neutralidade, manifestaram interesse em participar da aliança militar em maio, com o avanço da invasão da Rússia à Ucrânia, iniciada em fevereiro deste ano.

Em 28 de junho, a Turquia assinou um acordo para apoiar a entrada da Suécia e da Finlândia na aliança militar.