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O editorial de Charlie Hebdo contra Deus

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Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 04.01.2016 09:51 comentários
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O editorial de Charlie Hebdo contra Deus

A capa do jornal Charlie Hebdo, um ano depois dos atentados de 7 de janeiro, publicada ontem pelo Antagonista mostra Deus -- o Deus de todas as grandes religiões monoteístas --, com uma Kalashnikov a tiracolo, barba, mãos e pés com marcas de sangue, sob o seguinte título: "Um ano depois, o assassino ainda está solto". O diretor do jornal, Laurent Sourisseau, conhecido como Riss, assina um editorial forte, alguns definiram raivoso, em que defende a laicidade, contra os "fanáticos embrutecidos pelo Corão e os carolas de outras religiões que desejaram a morte do jornal por ousar rir das religiões"...

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Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 04.01.2016 09:51 comentários 0

A capa do jornal Charlie Hebdo, um ano depois dos atentados de 7 de janeiro, publicada ontem pelo Antagonista mostra Deus — o Deus de todas as grandes religiões monoteístas –, com uma Kalashnikov a tiracolo, barba, mãos e pés com marcas de sangue, sob o seguinte título: “Um ano depois, o assassino ainda está solto”.

O diretor do jornal, Laurent Sourisseau, conhecido como Riss, assina um editorial forte, alguns definiram raivoso, em que defende a laicidade, contra os “fanáticos embrutecidos pelo Corão e os carolas de outras religiões que desejaram a morte do jornal por ousar rir das religiões”.

Riss escreve que “as convicções dos ateus e dos laicos podem mover ainda mais montanhas que a fé dos crentes (…) Em 2006, quando Charlie publicou as caricaturas de Maomé, ninguém pensava seriamente que um dia tudo acabaria em violência. (…) Víamos a França como uma ilhota laica, onde era possível brincar, desenhar, rir, sem se preocupar com dogmas, com iluminados.”

E continua no ataque:

“Desde essa época, muitos esperavam que um dia alguém viesse nos colocar no nosso devido lugar. Sim, muitos esperavam que nos matassem. MA-TAS-SEM. No início de cada ano, nós nos maravilhávamos de ainda estarmos vivos.

Um mês antes de 7 de janeiro, eu perguntei a Charb se a sua proteção ainda tinha sentido. As histórias das caricaturas, tudo isso havia passado (…) Mas um crente, sobretudo fanático, não esquece jamais a afronta feita à sua fé, pois ele tem atrás de si a eternidade (…) Foi a eternidade que caiu em cima de nós naquela quarta-feira, 7 de janeiro.”

Riss relata que “Naquela manhã, depois do barulho ensurdecedor de sessenta tiros em três minutos na redação, um imenso silêncio invadiu o lugar. Eu esperava ouvir lamentos, gemidos. Mas não, nenhum som. O silêncio me fez entender que eles estavam mortos. E quando, enfim, um bombeiro me ajudou a me levantar, e depois de passar por cima de Charb, estendido ao meu lado, eu me proibi de olhar para trás, para não ver os mortos de Charlie. Para não ver a morte de Charlie”.

E ele termina:

“Como fazer o jornal depois de tudo isso? O que nos dá garra é tudo o que vivemos ao longo de vinte e três anos. Não são dois pequenos idiotas mascarados que vão jogar fora o trabalho de nossas vidas. Não serão eles a assistir à morte de Charlie. Será Charlie a vê-los morrer.”

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