A tese de Sergio Moro de que a corrupção está na base de todas as mazelas da sociedade, apresentada por ele durante filiação ao Podemos, integra o pensamento da economista Maria Cristina Pinotti, esposa e sócia de Affonso Celso Pastore, guru econômico do ex-juiz.

Segundo ela, a pequena corrupção no Brasil, que passa pelo cidadão comum, é a mais baixa da América Latina. Somente 11% dos entrevistados, segundo a Transparência Internacional, receberam pedidos de propina para acessar algum serviço público. No México esse percentual chega a 30% e na Venezuela a 50%.

“Portanto, a corrupção no Brasil está concentrada na grande corrupção. Em grandes obras públicas, em grandes empresas públicas, ligadas a óleo, petróleo, gás e minério, concessões, projetos grandes de privatização e partidos políticos”, disse, em entrevista publicada pela Virtu News em março de 2021.

Uma medida que pode reduzir o nível de corrupção no país, afirmou Maria Cristina, é a aprovação de uma reforma tributária que deixe o sistema transparente, simples e de fácil compreensão.

“Quanto mais complexo o sistema tributário, maior é o incentivo a práticas corruptas. E a corrupção aqui não é de molhar a mão de quem arrecada. É pagar para que leis sejam feitas sob medida para o seu caso”, disse.

A economista também estabeleceu uma relação direta entre crescimento econômico, eficiência e corrupção.

“Tudo que for feito para aumentar a eficiência da economia reduz a corrupção. E tudo que for feito para reduzir a corrupção aumenta a eficiência da economia”, afirmou.

Veja a entrevista completa abaixo: