Rodolfo Fróes, que pode assumir a diretoria de Política Monetária do Banco Central (foto), tem ligações com Joesley Batista, da JBS, e o trio de acionistas majoritários das Americanas (Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles).

O Antagonista apurou que Fróes é o favorito para assumir o cargo. Questionado pela Folha, o executivo confirmou ter sido sondado, mas acrescentou que isso era tudo que podia dizer.

Além de ter sido membro do conselho do Banco Fator —já presidido pelo atual número dois de Fernando Haddad na Fazenda, Gabriel Galípolo—, Fróes é um dos sócios de Jorge Felipe Lemann, filho de Jorge Paulo, na Flow Participações. O trio da Americanas, varejista em recuperação judicial, também está entre os acionistas.

Segundo a Folha, o executivo ainda aparece na Junta Comercial de São Paulo como administrador da Liga Invest, uma distribuidora da valores mobiliários adquirida pela J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Joesley, que chegou a ser preso sob acusação de pagar propina a Michel Temer e depois, novamente, em um desdobramento da Lava Jato, participa da comitiva de Lula que viajará à China na semana que vem.

Nas eleições de 2018, Fróes fez doações para Paulo Ganime (R$ 5.000) e Vinicius Poit (R$ 1.000), do Partido Novo, que se elegeram deputados federais pelo Rio de Janeiro e por São Paulo, respectivamente.

Nesta quarta-feira (22), na mesma entrevista em que disse considerar o comunicado do Copom “preocupante”, Haddad negou que os nomes dos novos diretores do BC estejam definidos.

“Não vou antecipar nomes. Eu apresentei seis nomes para o presidente Lula e nós combinamos que, na volta da China, iríamos encaminhar ao Senado os nomes para as sabatinas que cabe ao Senado fazer”, disse o ministro da Fazenda.