O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou nesta quarta-feira (5) que o governo planeja alterar a política de preços dos combustíveis praticada pela Petrobras.

A declaração, dada em entrevista à GloboNews, foi confirmada há pouco em coletiva de imprensa, após a estatal divulgar uma nota dizendo não ter recebido nenhuma proposta sobre a questão.

“A companhia confirma que não recebeu nenhuma proposta do Ministério das Minas e Energia a respeito da alteração da Política de Preços. Quaisquer propostas de alteração da Política de Preços recebidas do acionista controlador serão comunicadas oportunamente ao mercado, e conduzidas pelos mecanismos habituais de governança interna da companhia”, afirmou a Petrobras.

“A companhia reitera que ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios, em razão do contínuo monitoramento dos mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais, o seu market share, dentre outras variáveis”, acrescentou.

Segundo o ministro de Minas e Energia, a proposta será levada à empresa no dia 27.

“Na assembleia-geral, que será feita dia 27, o governo federal, como acionista majoritário e controlador, vai, sim, discutir com a Petrobras qual será a melhor política de preços”, afirmou.

“Nós não podemos permitir que o cartel da Opep possa influenciar e esmagar o poder de compra dos brasileiros. O governo do presidente Lula vai ter uma linha muito clara. Nós somos acionistas majoritários, respeitaremos a governança da empresa, mas vamos ser muito rigorosos e vigorosos na defesa do que é melhor para o povo brasileiro”, concluiu.

Adotada em 2016, a atual política de preços da Petrobras está submetida ao critério de paridade internacional, alterando os preços dos combustíveis conforme a cotação do barril do petróleo.

No domingo (2), a Arábia Saudita e outros produtores de petróleo da Opep+ anunciaram cortes voluntários em sua produção no valor de cerca de 1,15 milhão de barris por dia, o que deve elevar o preço futuro do petróleo.