Jair Bolsonaro vai superar Lula nas próximas semanas, segundo Arthur Lira.

Em entrevista para o Valor, ele disse:

“É uma expectativa que, pelas últimas pesquisas, ele passe no final de maio ou junho. Em fevereiro eram 16 pontos percentuais de diferença entre os dois. Em março eram 10 pontos percentuais e agora, 5. Eleições majoritária é tendência, quando vem ninguém segura.”

É uma aposta ousada, considerando que o crescimento de Jair Bolsonaro está diretamente atrelado ao fim da candidatura de Sergio Moro, cujo efeito tende a se exaurir. Um exemplo disso é a pesquisa do Instituto Paraná, divulgada nesta quarta-feira. Apesar de ser favorável a Jair Bolsonaro, ela mostrou que, no último mês, sua candidatura cresceu apenas 0,2% no segundo turno.

Arthur Lira explicou o motivo de seu otimismo:

“O brasileiro que defende radicalmente o Lula e o que defende radicalmente o Bolsonaro já estão posicionados. Mas a grande massa no meio vai escolher o que cada um representa. Daí esse deslocamento de brasileiros moderados de centro em direção ao Bolsonaro. Inevitavelmente é isso que vem fazendo ele crescer nas pesquisas cinco pontos por mês.”

Como sempre repete o analista preferido do Despertador do Diogo – eu -, Jair Bolsonaro, no segundo turno, nunca chega aos 40 pontos. Na pesquisa do Instituto Paraná, de fato, ele apareceu com 38,7% dos votos, apenas 3,5 pontos percentuais a mais do que no primeiro turno. Isso revela que, ao contrário do que disse Arthur Lira, ele continua sendo fortemente rejeitado pelo eleitor de centro.

Uma das bizarrices do debate eleitoral brasileiro é que o dono do Centrão apresente-se como representante do centro. O centro é o oposto do Centrão. Há incompatibilidade total entre os dois campos. Se o eleitor de centro se identificasse com Arthur Lira, o Brasil estaria lascado. Mas não é assim. E nunca será.