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Agamenon: Brasil, um país fora de época

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4 minutos de leitura 23.04.2022 08:50 comentários
Cultura

Agamenon: Brasil, um país fora de época

O Brasil é um país panacrônico. Depois da inflação fora de época, esse ano resolveram fazer o carnaval fora de época. Os foliões, que não pulavam desde o começo da pandemia, estavam loucos para se acabar , extravasando  suas emoções e a bexiga, não necessariamente nesta ordem. Os tradicionais blocos Cacique Mijamos, Condom  do Bola Preta, Uremia é Quase Amor, o Penico do Cristo e a Banda de IpaEnema encheram...

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Agamenon: Brasil, um país fora de época
Agamenon/O Antagonista

O Brasil é um país panacrônico. Depois da inflação fora de época, esse ano resolveram fazer o carnaval fora de época. Os foliões, que não pulavam desde o começo da pandemia, estavam loucos para se acabar , extravasando  suas emoções e a bexiga, não necessariamente nesta ordem. Os tradicionais blocos Cacique Mijamos, Condom  do Bola Preta, Uremia é Quase Amor, o Penico do Cristo e a Banda de IpaEnema encheram as ruas de alegria e xixi. Esse ano não choveu no carnaval mas as ruas ficaram alagadas, entre elas a Avenida Rio Amarelo, a Presidente Mijavas, a Visconde de Mijajá, a Mijolândia e  até a Urina da Glória ficou alagada. A prefeitura fez vista grossa e, para piorar o problema ainda resolveu c#***agar para o assunto. A cidade que ia receber milhões de turistas só recebeu turistas mijões que se recusaram a usar fraldas descartáveis. Máscaras só as de Pierrot descartáveis.

As Escolas de Samba também foram um fiasco. Mais de um sem aula, só ano com ensino à distância,  os integrantes, a maioria sem acesso a internet, não tiveram aulas de samba. As baterias atravessaram a marcação, os passistas tropeçaram-na avenida e o mestre-sala deu um rabo-de-arraia na porta-bandeira. O pessoal da velha-guarda,  como manda a tradição, rodou a baiana. A única coisa que funcionou foi a Comissão de Frente, desta vez à cargo do Centrão que faturou 30% mais o fundo eleitoral e o orçamento secreto.

No Palhaço do Alvorada, Jair Bozoasno comandou o tradicional Golden Shower do Carlucho em cima de um carro de som. Em seguida organizaram  uma motociata à fantasia. Quem não foi vestido de Noivinha do Alcebíades se travestiu de democrata. Para fechar a esbórnia o Ministério da Educação promoveu um culto evangélico na esplanada dos ministérios.  Pela primeira vez na história os crentes, em vez de entregar o dízimo, receberam 20%.

O passado bate mais uma vez na nossa porta quando um dos filhos zero à esquerda do presidente resolveu fazer piada com a tortura de presos políticos na ditadura. Segundo Eduardo Bolsonazi, o Brasil era melhor naquela época, talvez  porque ele ainda não tinha nascido. O Brasil é um país sem…, sem…, sem o quê mesmo? Mas eu, Agamenon Mendes Pedreira, não esqueço. Assim como a Miriam Leitão e o Cabo Ancelmo Góes, fui perseguido pela repressão e  acabei nos porões do DOI -CODI onde os torturadores sanguinários arrancaram minhas unhas, que eu tinha acabado de fazer. Não satisfeitos, os meganhas também me colocaram no pau-de-arara sem ao menos me convidar para uma pizza antes. Com a anistia, os meus algozes foram perdoados, mas eu tive que pagar a conta de luz dos choques elétricos que recebi.

Indignado com a condenação do deputado Daniel Sujeira, o presidentopata concedeu um indulto de Natal fora de época ao pit-parlamentar e começou uma nova crise com o Supremo. Não sei por que é que o Bolsoasno tem tanta implicância com a nossa corte suprema. Parece até que ele ganhou de presente de Páscoa um Kinder Ovo com o Alexandre de Moraes dentro.

Muita gente quer voltar aos tempos da ditadura, mas eu não consigo entender o motivo. Naquela época não tinha celular, Viagra, Netflix, harmonização facial, crossfit, açaí, cerveja artesanal,  veículos 4X4,  Big Brother, criptomoeda, funk carioca, café expresso, inteligência artificial, sertanejo universitário, carro elétrico, energia solar, forno de micro-ondas e a Anitta. Qual era a graça?

Agamenon Mendes Pedreira é civil da reserva.

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