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Urgente: Câmara enterra voto impresso

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Cedê Silva
4 minutos de leitura 10.08.2021 22:01 comentários
Brasil

Urgente: Câmara enterra voto impresso

O Plenário da Câmara acaba de derrubar a proposta bolsonarista de voto impresso. Por se tratar de uma PEC, seriam necessários no mínimo 308 votos a favor para enviar o texto ao Senado. Foram registrados 229 votos a favor e 218 contra...

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Cedê Silva
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Urgente: Câmara enterra voto impresso
Reprodução/TV Câmara/YouTube

O Plenário da Câmara acaba de derrubar a proposta bolsonarista de voto impresso.

Por se tratar de uma PEC, seriam necessários no mínimo 308 votos a favor para enviar o texto ao Senado. Foram registrados 229 votos a favor e 218 contra.

“A Proposta de Emenda à Constituição foi rejeitada. Ficam prejudicados os destaques. A matéria vai ao arquivo”, disse Arthur Lira, presidindo a sessão.

A votação ocorreu horas depois da micareta militar, com veículos blindados passando pela Praça dos Três Poderes.

Os líderes do Governo e do PSL, Ricardo Barros (PP-PR) e Vitor Hugo (PSL-GO), tentaram evitar o encerramento do debate, mas não conseguiram. Em outro esforço, tentaram adiar a discussão, mas o deputado federal Bohn Gass (PT-RS) lembrou a Lira que o regimento não prevê adiamento quando não há modificações no texto. Também foi aprovado, contra a vontade do PSL e do governo, um requerimento para votar a PEC em dois turnos de uma só vez.

A PEC é de autoria de Bia Kicis (PSL-DF). O texto não entra em detalhes técnicos. Previa apenas a “expedição de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas, de forma automática e sem contato manual, em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.

Na quinta passada (5), a comissão especial sobre o tema derrubou, por 23 votos a 11, o parecer de Filipe Barros (PSL-PR). Pela proposta de Barros, os registros de voto seriam contados pelos mesários, em cada seção eleitoral. Na prática, a proposta esvaziaria as funções do TSE e dos TREs.

Com o parecer de Barros reprovado pela comissão, Arthur Lira decidiu levar a proposta original ao plenário – ou seja, o texto de Bia Kicis.

Falando ao plenário hoje, Kicis sugeriu que parte dos votos passariam por “auditoria independente”.

“O que não é possível é permitirmos que o TSE seja dono de todo o jogo”, disse a autora da PEC.

Esta foi pelo menos a quarta tentativa de emplacar o voto impresso desde a adoção das urnas eletrônicas, a partir das eleições municipais de 1996.

O voto impresso já foi aplicado no Brasil, para cerca de 7 milhões de eleitores em 2002. Em 2009 e de novo em 2015, o Congresso voltou a aprovar o voto impresso; nas duas vezes, a ideia foi derrubada pelo STF antes da implementação.

Um relatório de auditoria do TCU concluiu que o modelo atual de voto eletrônico é seguro e auditável. O parecer será discutido pelo plenário do tribunal amanhã (11).

Entre os métodos de auditagem usados hoje estão o boletim de urna e a votação paralela.

O boletim de urna é impresso ao fim do domingo de votação em cada seção eleitoral. Ele pode ser conferido por qualquer eleitor, e seus números podem ser verificados com aquilo que é publicado no site do TSE.

Na votação paralela, urnas eletrônica são sorteadas em todo o país para participarem de uma votação simulada também com cédulas de papel, com as mesmas condições de uma seção eleitoral oficial. Os resultados das cédulas de papel e da urna eletrônica são comparados.

Leia mais:

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Cedê Silva

Cedê Silva é formado em Jornalismo pela UFMG e em Relações Internacionais pela PUC Minas. Começou a carreira como repórter do Estado de Minas, passou pelo Estadão, Veja BH e CQC, onde criou o quadro 'Choque de Realidade'. Desembarcou em 2019 em O Antagonista, com a missão de expor os absurdos diários da política de Brasília com reportagens em vídeo. É apresentador do Campeonato Brasileiro de Debates.

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