Como noticiamos ontem, lideranças partidárias do Congresso discutem, nos bastidores, a possibilidade de usar recursos do Orçamento de Guerra para investir em obras de infraestrutura no período pós-pandemia. A estratégia partiu do governo, no âmbito do programa Pró-Brasil, comandado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto.

A comissão mista da Covid-19 no Congresso prepara um requerimento para o governo esclarecer melhor essa história.

O senador Vanderlan Cardoso (PP), titular do colegiado, disse a O Antagonista não se opor ao uso do Orçamento de Guerra para “fazer a economia brasileira girar” no período pós-pandemia.

“Apoio, com tranquilidade e segurança, o uso de parte dos recursos extras do Orçamento de Guerra em infraestrutura. Considero uma forma rápida de fazer a economia brasileira girar.”

O senador argumentou que os R$ 509,6 bilhões liberados em recursos extras — exclusivamente para o combate à pandemia — “são mais que suficientes”. O que sobrar, então, pelo raciocínio do senador, poderá ser aplicado em outras áreas.

“Defendo que parte desses recursos que não forem usados seja investida na infraestrutura, para o incremento da economia e para a geração de emprego.”

Ontem, a senadora Eliziane Gama, líder do Cidadania e igualmente integrante da comissão, disse ao site que usar os recursos do Orçamento de Guerra para outro fim “aumentará o endividamento, com claros objetivos eleitoreiros”. Ela também se mostrou preocupada com a transparências desses gastos.

Cardoso, por sua vez, disse que aposta “na força e na seriedade das nossas instituições para fiscalizar e garantir a aplicação correta desses recursos”.