O ex-policial Ronnie Lessa, preso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, é um dos alvos da Operação Heat, que desbaratou esquema de tráfico internacional da armas.

De acordo com as investigações, a quadrilha usava uma impressora 3D para terminar de montar o armamento, despachado clandestinamente dos EUA. A Justiça determinou o sequestro de bens avaliados em R$ 10 milhões.

Com ajuda dos EUA, como O Antagonista mostrou mais cedo, foram cumpridos mandados de prisão no Rio de Janeiro e em Miami. Lessa está na Penitenciária de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

“A internalização do armamento se dava através de rotas marítimas (contêineres) e aéreas (encomenda postal) pelos estados do Amazonas, São Paulo e Santa Catarina e tinham como destino final uma residência em Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Na maioria das vezes, o material era acondicionado dentro de equipamentos como máquinas de soldas e impressoras, despachados juntamente a outros itens como telefones, equipamentos eletrônicos, suplementos alimentares, roupas e calçados. Depois, eram retiradas pelos integrantes da célula no Rio de Janeiro – responsável pela usinagem e montagem do armamento, com auxílio de impressoras 3D (Ghost Gunner) -, que posteriormente eram distribuídos para traficantes, milicianos e assassinos de aluguel”, informa a PF.

A compra do armamento era feita através de doleiros. Os investigadores identificaram um brasileiro, dono de churrascarias em Boston, como integrante do esquema. “O bando investia o dinheiro adquirido com o tráfico de armas em imóveis residenciais, criptomoedas, ações, veículos e embarcações de luxo.”

Na investigação da morte de Marielle, a Polícia Civil e o MP do Rio encontraram trocas de mensagens em que Lessa orientava a filha Mohana sobre a aquisição de peças de armamentos nos EUA. Elaine Figueiredo Lessa, mulher do ex-PM, foi presa no ano passado também por tráfico internacional de armas.