Os recados das Forças Armadas ao Executivo e ao Judiciário Os recados das Forças Armadas ao Executivo e ao Judiciário
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Os recados das Forças Armadas ao Executivo e ao Judiciário

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4 minutos de leitura 04.05.2020 15:29 comentários
Brasil

Os recados das Forças Armadas ao Executivo e ao Judiciário

Vamos recapitular, para voltarmos a hoje mais adiante. Depois da manifestação do dia 15 de maio, na qual Jair Bolsonaro e sua banda puseram as Forças Armadas no meio, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, reuniu-se a portas fechadas com os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica. Ao final, eles divulgaram o seguinte comunicado...

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4 minutos de leitura 04.05.2020 15:29 comentários 0
Os recados das Forças Armadas ao Executivo e ao Judiciário
O general Fernando Azevedo e Silva, chega ao CCBB para o café da manhã com o presidente eleito, Jair Bolsonaro.

Vamos recapitular, para voltarmos a hoje mais adiantes: depois da manifestação do dia 15 de maio, na qual Jair Bolsonaro e sua banda puseram as Forças Armadas no meio, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, reuniu-se a portas fechadas com os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica.

Ao final, eles divulgaram o seguinte comunicado:

“As Forças Armadas trabalham com o propósito de manter a paz e a estabilidade do País, sempre obedientes à Constituição Federal.

O momento que se apresenta exige entendimento e esforço de todos os brasileiros.

Nenhum país estava preparado para uma Pandemia como a que estamos vivendo. Essa realidade requer adaptação das capacidades das Forças Armadas para combater um inimigo comum a todos: o Coronavírus e suas consequências sociais.

É isso o que estamos fazendo.”

Como publicamos na ocasião: “Para além de reiterar o compromisso das Forças Armadas com o cumprimento da sua missão constitucional — eis a mensagem tranquilizadora –, o ministro e os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica deixaram claro à tropa que o inimigo é o coronavírus. Inimigo comum a todos — o que equivale a afirmar que se trata do único inimigo. Que nenhum granadeiro de qualquer patente, portanto, atreva-se a sucumbir às vivandeiras alvoroçadas que, nas ruas, nas redes sociais, no próprio Congresso e até no Palácio do Planalto, esperneiam por uma intervenção militar e o fechamento do parlamento e do Supremo Tribunal. Por mais criticáveis que sejam as instituições, ou alguns dos seus integrantes, elas devem permanecer intocadas, eis o recado interno.”

Ontem, pela segunda vez em menos de mês, Jair Bolsonaro e sua banda voltaram a misturar as Forças Armadas à sua encrenca, alimentando rumores golpistas. O ministro Fernando Azevedo e Silva viu-se, então, obrigado a divulgar outra nota hoje, ressaltando que as Forças Armadas continuarão a cumprir  o seu papel constitucional.

Vamos reproduzi-la outra vez:

“As Forças Armadas cumprem a sua missão Constitucional.
Marinha, Exército e Força Aérea são organismos de Estado, que consideram
a independência e a harmonia entre os Poderes imprescindíveis para a
governabilidade do País.
A liberdade de expressão é requisito fundamental de um País democrático.
No entanto, qualquer agressão a profissionais de imprensa é inaceitável.
O Brasil precisa avançar. Enfrentamos uma Pandemia de consequências
sanitárias e sociais ainda imprevisíveis, que requer esforço e entendimento
de todos.
As Forças Armadas estarão sempre ao lado da lei, da ordem, da democracia
e da liberdade. Este é o nosso compromisso.”

Desta vez, o recado a Jair Bolsonaro e sua turma, inclusive a que integra a tropa, foi principalmente na parte que afirma que “as Forças Armadas são do Estado, não de governos”. E novamente eles deixam claro que, ao contrário do presidente, levam muito a sério a pandemia de Covid-19, o “único inimigo” da nota anterior.

Há, no entanto, um recado também para o lado oposto da Praça dos Três Poderes: as Forças Armadas “consideram a independência e a harmonia entre os Poderes imprescindíveis para a
governabilidade do País”. Essa parte seria absolutamente supérflua se os militares vissem com bons olhos o que Dias Toffoli vem chamando de “ativismo judicial” contra Bolsonaro.

Mais: ao dizer que “a liberdade de expressão é requisito fundamental de um País democrático”, antes de condenar o ataque a jornalistas, a referência é às manifestações antidemocráticas de ontem. Os militares dão a entender que talvez não seja o caso de criminalizá-las por si só (o que não significa necessariamente apoiá-las).

Aparentemente, os militares querem abaixar a temperatura em Brasília, expressando a sua, digamos, liberdade de expressão. Mas é melhor parar com esse negócio de bulir com os granadeiros.

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