A nomeação de Alessandro Moretti para diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi criticada por integrantes do órgão. Moretti foi braço-direito do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o retorno dele a um cargo de chefia reacende receios de interferências políticas na Agência.

Entre 2018 e 2021, o novo diretor-adjunto da Abin era secretário-executivo de Anderson Torres na Secretaria de Justiça e Segurança do Distrito Federal. Quando Torres assumiu o ministério da Justiça, ele ocupou o cargo de diretor da Agência de Inteligência.

Em 2020, reportagem da Crusoé revelou que relatórios clandestinos da Abin foram enviados a Flávio Bolsonaro. A revista também constatou a existência de uma “central bolsonarista” dentro da própria Abin.

Na gestão passada, integrantes do núcleo duro bolsonarista exerceram poder no órgão, como Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, e o delegado Alexandre Ramagem. O caso foi alvo de investigação após denúncia de O Antagonista.