Em nova etapa, CPI vai apurar relação do governo Bolsonaro com empresas de cloroquina Em nova etapa, CPI vai apurar relação do governo Bolsonaro com empresas de cloroquina
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Em nova etapa, CPI vai apurar relação do governo Bolsonaro com empresas de cloroquina

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Wilson Lima
3 minutos de leitura 14.06.2021 12:00 comentários
Brasil

Em nova etapa, CPI vai apurar relação do governo Bolsonaro com empresas de cloroquina

Após a CPI da Covid ter se debruçado sobre o chamado “Ministério da Saúde paralelo”, os integrantes do colegiado pretendem agora intensificar as investigações sobre indícios de irregularidades em contratos firmados pelo governo federal para a compra de vacinas, cloroquina e ivermectina...

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Em nova etapa, CPI vai apurar relação do governo Bolsonaro com empresas de cloroquina
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Após a CPI da Covid ter se debruçado sobre o chamado “Ministério da Saúde paralelo”, os integrantes do colegiado pretendem agora intensificar as investigações sobre indícios de irregularidades em contratos firmados pelo governo federal para a compra de vacinas, cloroquina e ivermectina.

Existem suspeitas de que empresas ligadas à indústria do “tratamento precoce” possam ter sido favorecidas pelo governo federal, após Jair Bolsonaro ter defendido publicamente a cloroquina.

Senadores acreditam também que o presidente tenha atuado em favor da Precisa Medicamentos, empresa que representa no Brasil o laboratório indiano Bharat Biotech, fabricante da vacina Covaxin.

A ideia da CPI é “puxar o fio” a partir das quebras de sigilo de Francisco Emerson Maximiano, sócio-administrador da Precisa.

“É muito estranho o governo federal ter trabalhado em favor de uma vacina cuja dose é R$ 24 mais cara que as oferecidas pela Pfizer”, disse a O Antagonista o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.

Em outra linha de investigação, os senadores pretendem apurar eventual beneficiamento ilício aos laboratórios EMS e Apsen, este último do empresário bolsonarista Renato Spallicci. Como mostramos, o BNDES aprovou empréstimos da ordem de R$ 283 milhões para as duas empresas, fabricantes de hidroxicloroquina no Brasil.

Uma hipótese da CPI é que o próprio Bolsonaro trabalhou para aumentar a demanda do medicamento no mercado brasileiro, com o intuito de que esse empréstimo fosse “naturalmente quitado”.

Além disso, como mostramos ainda em maio, e-mails diplomáticos do Itamaraty encaminhados à CPI da Covid, e aos quais O Antagonista teve acesso, revelam que, em 25 de março do ano passado e em meio à alta demanda de cloroquina no mercado internacional, o governo brasileiro atuou para que a Índia liberasse o IFA do medicamento aos laboratórios brasileiros. A restrição à exportação do IFA cessou em 12 de junho do ano passado.

Já foram apresentados pedidos de quebra de sigilo fiscal relacionados à empresa EMS e um pedido de convocação do CEO da farmacêutica, Carlos Sanches, para esclarecer esse possível favorecimento.

Na quinta-feira última, outros requerimentos de informações sobre outras fabricantes da droga como a Apsen, Cristália, Sanofi foram aprovados, justamente para que a CPI tenha mais dados sobre o chamado lobby da cloroquina.

Em outra linha de investigação, a CPI pretende se debruçar sobre um eventual favorecimento ilícito às empresas responsáveis pela venda de ivermectina, como a Vitamedic, Merck e Germed. Dentro desse grupo, a CPI vai centrar fogo especificamente na Vitamedic, que detém aproximadamente 80% do mercado do medicamento no país, conforme dados encaminhados aos integrantes do colegiado.

A Vitamedic tem como um dos sócios o empresário goiano José Alves Filho, apontado pela comissão como apoiador do presidente da República.

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Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

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