Doria antecipa calendário de vacinação mesmo sem previsão de mais doses Doria antecipa calendário de vacinação mesmo sem previsão de mais doses
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Doria antecipa calendário de vacinação mesmo sem previsão de mais doses

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5 minutos de leitura 15.06.2021 16:59 comentários
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Doria antecipa calendário de vacinação mesmo sem previsão de mais doses

João Doria antecipou o calendário de vacinação contra a Covid em São Paulo repetidas vezes apesar de não haver aumento nas projeções de entrega de doses - e inclusive quando houve redução. A secretaria estadual da Saúde ainda não explicou o porquê...

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Doria antecipa calendário de vacinação mesmo sem previsão de mais doses
Foto: Governo do Estado de São Paulo/via Flickr

João Doria antecipou o calendário de vacinação contra a Covid em São Paulo repetidas vezes apesar de não haver aumento nas projeções de entrega de doses – e inclusive quando houve redução. A secretaria estadual da Saúde ainda não explicou o porquê.

Foram três antecipações nas últimas semanas. Em 2 de junho, Doria anunciou a meta de aplicar a 1ª dose em todo o estado até o fim de outubro – e não mais até o fim do ano, como prometido antes.

Na semana seguinte, o governador anunciou a antecipação do novo calendário em 15 dias, para aplicar a 1ª dose nas pessoas de 18 a 24 anos até meados de outubro (em vez de no fim de outubro).

Não satisfeito, neste domingo (13) Doria antecipou a meta de novo, desta vez prometendo vacinar os adultos mais jovens a partir do começo de setembro.

Em todas essas apresentações, o governo de São Paulo anunciou que os calendários levam em conta as projeções de entregas de vacinas “no site do Ministério da Saúde”. Isso não faz sentido, porque as projeções mais recentes têm se mantido estáveis ou até sofreram queda.

O Antagonista consultou as três mais recentes projeções de entregas de vacinas contra a Covid no site do Ministério da Saúde. Elas são atualizadas toda quarta-feira.

Número total de doses nas três projeções mais recentes. Reprodução/Ministério da Saúde

Nas projeções de 26 de maio, 2 de junho e 9 de junho, o número total previsto de doses é praticamente o mesmo: cerca de 662 milhões. Na verdade, o número total até caiu entre a primeira e a segunda projeções, de 662.901.770 para 662.512.770. Esse total foi repetido na projeção publicada em 9 de junho.

Esses valores totais levam em conta 20 milhões de doses da Covaxin e 10 milhões da Sputnik V, que receberam apenas aprovação condicional da Anvisa e não podem ser aplicadas ainda nessas quantidades.

Projeções de doses para junho. Reprodução/Ministério da Saúde

O número de doses previstas pelo Ministério da Saúde para junho caiu duas vezes seguidas. A previsão era de 43,8 milhões na primeira projeção; depois caiu para 39,8 milhões e em seguida foi para 37,9 milhões.

Projeções de doses para o 3º trimestre. Na terceira projeção, deve-se somar os dois valores (julho + agosto/setembro). Reprodução/Ministério da Saúde

A previsão de entregas no terceiro trimestre sofreu oscilação Era de 176,1 milhões; depois caiu para 170,5 milhões; em seguida subiu para 175,5 milhões. Mesmo considerando uma elevação entre uma semana e outra, esse acréscimo de 5 milhões de doses é para o Brasil inteiro, e não apenas para o estado de São Paulo. Além disso, o valor da atual projeção (175,5 milhões) ainda é menor do que o da projeção de duas semanas antes (176, 1 milhões).

Projeções de doses para o 4º trimestre. Reprodução/Ministério da Saúde

A projeção para entregas no 4º trimestre também oscilou nas últimas projeções. Era de 310 milhões na projeção publicada em 26 de maio; depois subiu para 318 milhões. Mas despencou para 291 milhões na projeção mais recente.

A projeção mais recente, portanto – a última publicada antes do anúncio de Doria no domingo (13) – mostrou um ligeiro aumento de entregas no 3º trimestre, de 5 milhões de doses, mas que ainda é inferior à projeção publicada no fim de maio. Além disso, o governo federal retirou do cálculo a chegada de 27 milhões de doses via Covax no 4º trimestre (embora não do total de doses).

Não se sustenta, portanto, a afirmação de Doria e do governo paulista de que o calendário é antecipado segundo as projeções do Ministério da Saúde.

Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que “gestores nacionais sinalizam a vinda da vacina da Janssen ainda para esta semana. A partir disso, São Paulo recalculou o cronograma e está intensificando a logística e distribuição dos imunizantes a todas as cidades”.

Na verdade, Marcelo Queiroga anunciou pela primeira vez em 4 de junho uma antecipação de chegada de doses da Janssen – anúncio até agora não confirmado pela farmacêutica.

“A previsão é que, com as novas metas, o ritmo de vacinação seja quatro vezes mais intenso que o verificado na fase inicial da campanha”, acrescentou a secretaria.

Como vimos, os números do Ministério da Saúde não mostram a chegada de mais doses do que o esperado antes.

“Somente neste mês, a previsão do PEI (Programa Estadual de Imunização) é que 7,45 milhões de adultos do Estado de São Paulo recebam a primeira dose até o final de junho”, acrescentou a secretaria. “O PEI foi elaborado e é executado com base em monitoramento e planejamento, e a disponibilidade de cada dose de vacina, independentemente do produtor, segue crucial para que os brasileiros sejam imunizados com maior celeridade”.

Naturalmente, as projeções do Ministério da Saúde não valem apenas para Doria, mas para todos os governadores e prefeitos que vêm anunciando antecipação em seus calendários de vacinação – sem ter havido, ao menos nas últimas semanas, a previsão de uma só gota de vacina a mais.

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