O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), apresentou há pouco o pedido de urgência para votação do Projeto de Lei que autoriza mineração em terras indígenas. A expectativa é que o requerimento seja analisado ainda hoje pelo plenário da Câmara.

O próprio Jair Bolsonaro tem usado a guerra na Ucrânia para defender a mineração em terras indígenas, como já registramos. Pelo menos 70% dos insumos usados para aumentar a produtividade do solo vêm do exterior e a Rússia é a principal fornecedora.

Apesar disso, levantamento feito pelo Estadão revela que essa argumentação utilizada pelo governo é falsa. No Amazonas, as principais minas de potássio, substância utilizada em fertilizantes pelo agronegócio, estão localizadas fora das aldeias.

Segundo o jornal, apenas os blocos localizados na região de Nova Olinda do Norte e nas terras indígenas Gavião, Jauary e Murutinga/Tracajá seriam alcançadas pelo projeto de lei da Câmara.

“Como deputado, discursei sobre nossa dependência do potássio da Rússia. Citei três problemas: ambiental, indígena e a quem pertencia o direito exploratório na foz do Rio Madeira. Nosso Projeto de Lei 191 ‘permite a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas’. Uma vez aprovado, resolve-se um desses problemas”, disse Bolsonaro em live na semana passada.

Hoje, vários protestos a atos estão agendados contra a urgência do PL. O cantor Caetano Veloso fará uma visita ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir o assunto.