Na semana passada, o Brasil, apesar de não ser um ovo, mais uma vez ficou chocado ao descobrir que o hambúrguer de picanha do McDonald’s não tem picanha e que o Whopper de Costela do Burger King não tem costela. E não é apenas só isso: o Miojo de frango caipira não é caipira e nem tem frango. A interminável lista de “fake produtos” não para por aí. O Ovomaltine não tem ovo, o Café Pelé não tem Pelé, as Casas Bahia não são baianas, cerveja Antarctica não é produzida no Polo Sul.

Tem mais: o desinfetante Veja não é feito semanalmente pela Editora Abril, as Casas Pernambucanas não são de Pernambuco, o iogurte Vigor não é propriedade do Gil do Vigor, o supermercado Pão de Açúcar não é carioca. Até o Big Brother não é do Boninho, mas sim do George Orwell e da Endemol. E a lista só aumenta como uma “capivara” de líder do Centrão. A Coca Cola não tem coca nem cola, e até a maconha no Brasil é misturada com bosta de vaca e pode ser chamada de McBosta.

Eu, Agamenon Mendes Pedreira, do alto dos meus 100 anos de jornalismo investigativo, não me impressiono nem um pouco com essas revelações bombásticas.

Aqui no Brasil, nada é o que parece ser. Sigam-me o meu raciocínio: as fake news são todas mentiras. E o presidente, em vez de presidir, não faz nada, só aquelas lives ao lado de puxa-sacos e intérpretes de Libras. Aliás, não vou ficar nem um pouco impressionado se descobrirem que esses intérpretes de Libras estão apenas fazendo gestos estapafúrdios pra gozar com a nossa cara.

Jair Bolsonada também anuncia que vai dar um golpe semana sim e outra também. Mas às vezes não faz nada, nas outras vezes nada faz. Talvez por preguiça, ou porque dar golpe de estado dá muito trabalho. Ou os dois.

O povo gosta de presidente mentiroso e de ex-presidente também. Vejam o caso do Lula, o Luiz Inocentácio, que declarou, pasmem, que a culpa da guerra entre a Rússia e a Ucrânia é do Zelensky! É verdade, o Lula falou isso mesmo, o que demostra que, além da politicagem, Lula também é um expert em geosacanagem. Em matéria de mentiroso cascateiro, prefiro Luísque Inácio, que não vai dar “golpe”, mas em compensação vai dar “gole” e “enxuga” a garrafa.

Na verdade, a verdade nunca deu muito certo no Brasil, até porque aqui a única lei que pegou mesmo foi a Lei da Gravidade, por decurso de prazo. Ao longo da nossa história, as mentiras e falsidades são a única coisa constante. O golpe de 64 aconteceu em Primeiro de Abril, o dia da mentira, mas os militares insistem que foi 31 de março. Também dizem que a escravidão acabou, mas ninguém olha para o meu caso, um pobre escravizado que trabalha de graça para O Antagonista, lugar onde sou vítima de uma narrativa de maus-tratos e da falta de empatia dos meus patrões —que, aliás, não são otários e já moram fora do Brasil há muito tempo.

Agamenon Mendes Pedreira é McJornalista.